De olho no mercado potencial de manutenção e conservação de Obras de Arte Especiais (OAEs), como são chamados pontes e viadutos, a área de Gestão de Integridade de Ativos e O&M da Concremat está desenvolvendo uma nova ferramenta: o SIGA OAE. Concebido com conceitos de BIM, o sistema permitirá visualizar as estruturas através de um gêmeo digital – um modelo 3D parametrizado do ativo. Esse modelo é carregado em uma plataforma GED (Gestão Eletrônica de Documentos), permitindo o registro de anomalias em campo, com simultâneo vínculo espacial ao modelo BIM, a partir de uma aplicação mobile. O SIGA OAE é um projeto de longo prazo e faz parte do portfólio de iniciativas acompanhadas pelo Comitê de Inovação da Concremat.
O Coordenador de Implantação Guilherme Borges conta que o projeto está dividido em quatro fases, e que a equipe trabalha atualmente na fase 2. A previsão é que o produto esteja totalmente concluído até o fim de 2022.
“Iniciamos o projeto em julho do ano passado. Na primeira fase, foi concebida a associação entre modelo 3D BIM, registro de anomalias em campo via mobile e ambiente de integração de dados, que permite tanto a visualização dinâmica quanto a geração de relatórios. Na fase atual, o foco está no desenvolvimento de um sistema hospedado em nuvem que permita a criação e gestão de Ordens de Serviços contemplando o plano de manutenção do ativo, correlacionando metodologias de tratamento, custos e prazos. Estamos utilizando como base o sistema Plenus, uma solução Concremat que será integrada aos demais módulos desenvolvidos na fase 1”, explica Guilherme, acrescentando que, com a conclusão da fase 2, prevista para dezembro deste ano, já será possível utilizar o sistema.
A fase 3 contemplará a captura de dados em campo utilizando equipamentos que realizem coleta em massa de informações, seja por fotogrametria ou nuvem de pontos; interoperabilidade do modelo entre softwares de modelagem 3D e análise e dimensionamento estrutural; e visão de portfólio utilizando técnicas de geolocalização. A fase 4 prevê a instalação de sensores automatizados nos ativos para compartilhamento de dados em tempo real; criação de sistema de alerta por e-mail e SMS, com a classificação das mensagens em diferentes níveis de criticidade a partir da determinação de limites de trabalho do ativo; e a retroalimentação do modelo para processamento dos dados diretamente no software de análise estrutural.
Guilherme adianta que, para a fase 4, a equipe do projeto está fazendo um mapeamento de startups para possível parceria: “A parte de sensoriamento e sistema de alertas requer um conhecimento mais específico, além do equipamento de sensorização em si. Por isso, está em estudo a associação a um parceiro qualificado que ofereça essa solução”.
Diretora da área de Gestão de Integridade de Ativos e O&M, Magda Junqueira afirma que o SIGA OAE é uma ferramenta que atua no Opex para gestão de ativos de obras de arte especiais. “Esses ativos já estão com bastante idade e, em muitos casos, têm manutenção ineficiente ou inexistente. Muitos estão migrando para a iniciativa privada através dos programas de concessões, e a iniciativa privada faz uma gestão mais efetiva, aumentando a demanda por soluções como essa que estamos desenvolvendo”, destaca. [:]